terça-feira, 20 de setembro de 2022

Vinhos, um dos melhores do Lacerda

 

Vinhos (Vital Lacerda, 2010)

Estamos em Portugal e somos fabricantes de vinhos. Precisaremos ao longo de 6 anos comprar vinícolas, armazenar vinhos, gerenciar os nossos recursos financeiros, contratar enólogos e participar de feiras.

O Vital é um dos meus autores favoritos e Vinhos está entre os que eu mais gosto. Seguem alguns pontos que me agradam bastante:


- Seleção de ação: O jogo possui 12 rodadas. Em cada uma delas, os jogadores farão uma ação. As 9 ações estão dispostas em uma grade 3x3. Você iniciará com um peão na casa central. No seu turno você precisará movê-lo. O 1º movimento ortogonal é gratuito, mas você poderá pagar para andar mais um espaço. Ao terminar o movimento em uma casa que tenha o peão de outro jogador, você precisará lhe pagar. O marcador de rodadas também está contido na grade de ações. Terminar a movimentação na casa que o marcador de rodada está fará com que você pague ao banco. É um sistema bem simples, mas que permite decisões e estratégia muito interessantes, além de possibilidade uma interação moderada entre jogadores.

- Banco: é opcional utilizá-lo, mas eu super recomendo jogar com ele. Vinhos possui um dinâmica interessante que diferencia o dinheiro no banco e na mão. Quando está no banco ele poderá inclusive ser investido. Para a maioria de custos, como comprar imóveis, é necessário ter dinheiro vivo (te lembrou alguma família?).

- Pontuação: existem algumas formas de se ganhar bastante pontos: 3 feiras que ocorrem ao longo do jogo; exportando vinhos; acumulando dinheiro no banco; e realizando objetivos específicos que você poderá “comprar” durante e partida. Todos esses caminhos são interessantes e estão interligados com outras dinâmicas.


A única coisa que me incomoda é um sorteio que ocorre no início de cada ano (2 rodadas) definindo o clima (que influência na qualidade dos vinhos) e na demanda dos especialistas. Mas considerando tudo, super indico esse jogo para aqueles que gostam de queimar a mufa.

Ele veio para o Brasil pela Mosaico, mas infelizmente já está esgotado.

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quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Castell é uma delicinha

 

Castell (Aaron Vanderbeek, 2018)


Estamos na Catalunha, somos organizadores de um grupo de “castell”, ou seja, de pirâmides humanas. Precisaremos recrutar integrantes, treinar e nos apresentar nos festivais para sermos reconhecidos como os melhores. Eu gostei muito deste tema, achei original e cativante.


Trata-se de um euro médio. A partida possui 10 turnos. Na sua vez você poderá fazer até 4 ações em qualquer ordem, mas sem repetir nenhuma. São elas:

- Mover: o mapa possui 7 regiões e o seu grupo vai começar em uma delas. Com essa ação você poderá se mover para uma região adjacente.

- Recrutar: Cada região possui um determinado número de integrantes. Você poderá recrutar quaisquer dois deles.

- Treinar: Cada região possui uma das quatro técnicas que o seu grupo poderá avançar. Cada técnica permite que você construa a sua pirâmide de forma diferente. Assim, se promove uma assimetria construída ao longo do jogo.

- Ação especial: essa é uma ação flexível que possui três efeitos possíveis: mover novamente; recrutar mais um integrante; ao fazer uma apresentação, o que significa completar um dos dois objetivos relacionados a cada região.


No final de cada rodada, a partir da 3ª, haverá um festival em uma ou duas regiões. Só vai competir quem estiver lá. Para performar bem no festival, você terá que fazer uma pirâmide alta e com integrantes de determinado tipo.


Castell me agradou bastante. Muitas formas interessantes de se fazer pontos, assimetria construída, interação entre jogadores na medida e pouca aleatoriedade fizeram com que eu queira jogá-lo mais vezes. Recomendo para quem curte um euro médio.

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segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Virtù tem boas ideias, mas...

 

Virtù (Pascal Ribrault, 2022)

Estamos no Renascimento, na Itália. Controlamos uma das poderosas famílias. Precisaremos utilizar nossas forças militares, investir em artes, tramar intrigas entre outros feitos. Achei o tema muito bem implementado.



Trata-se de um euro médio-pesado, com grande interação direta. No seu turno você escolherá uma ação por meio de um rondel pessoal, no qual você alocará cartas com as quais você começa ou compra durante a partida. Essas ações permitem que você: ganhe influência sobre cidades neutras; mova suas tropas no tabuleiro principal; avance em uma trilha de patrono da arte, pagando o que está sendo pedido; colocar uma peça de intriga, que tem múltiplos usos; e “desvirar” cartas utilizadas. No final de cada rodada você poderá comprar cartas e tropas, além de rearrumar as suas cartas no rondel. O jogo possui alguns gatilhos de final de jogo, quem tiver mais pontos de vitória vence. Eles vêm da trilha de arte, das cidades controladas e de algumas cartas compradas. O combate não possui nenhum elemento aleatório, quem tiver mais tropas e bônus vence.

Eu achei Virtù ok. O ponto forte foi o fato de termos formas distintas de pontuar o que abre espaço para diversas estratégias. O ponto fraco, na minha experiência, foi que eu não achei esses caminhos muito interessantes. Na trilha de patrono você precisa entregar dinheiro e alguns símbolos de governo ou igreja. A conquista de cidades também não é nada demais. A compra das cartas foi o que mais me agradou. Também não gostei da rearrumação das cartas no rondel todo turno. Ela consome muito tempo e tem um impacto de curto prazo, já que poderá ser refeita no turno seguinte. No final, não achei um jogo ruim, mas faltou algum refinamento para ficar ansioso para jogar novamente. Talvez a expectativa gerada por resenhas bem positivas pode ter me atrapalhado.

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