sexta-feira, 24 de março de 2023

Scholars of the South Tigris seguindo a tradição

 


Scholars of the South Tigris (S J Macdonald e Shem Phillips, 2023)


Mais uma vez estamos na Mesopotâmia, mais especificamente no Califado Abássida do século IX. Agora nossa missão é montar grandes bibliotecas.  Precisaremos coletar textos de várias partes do mundo, contratar tradutores e assim produzir as versões em árabe. Eu gostei bastante da temática e da forma que ela é explorada.

 


É um euro médio pesado, provavelmente o mais pesado da dupla neozelandesa. O jogo utiliza a construção de sacola com dados. No início de cada ciclo você pegará um determinado número deles e rolará. A principio você terá muitos dados brancos, mas ao longo do jogo é possível ganhar dados coloridos. Na sua vez você fará uma ação que envolve três escolhas. Primeiro você precisará escolher uma carta. Cada carta determina que tipo de renda você ganhará no final do ciclo. A carta deve ser colocar em algum dos espaços vazios do seu tabuleiro pessoal. 4 desses espaços provocam uma ação específica, um 5º permite escolher entre duas ações e ainda é possível desbloquear ainda um 6º espaço. A terceira decisão que o jogador deverá fazer é escolher quais dados serão utilizados nela. O valor e a cor dos dados influenciam nos efeitos das ações. Há a possibilidade de juntar dados de duas cores primárias para fazer uma ação de cor secundária. Exemplo: Um dado 3 amarelo e um 4 vermelho podem ser utilizados para fazer uma ação 7 laranja. Pode-se ainda utilizar recursos (trabalhadores) para se manipular o valor e a cor dos dados. Caso você não possa ou não queira fazer ações, você poderá encerrar o ciclo, recolhendo as cartas, sorteando novos dados e ganhando a renda de acordo com as cartas colocadas.

 


Eu achei Scholars of the South Tigris um jogo interessante. O processo de decisão de cada ação é bem profundo. A construção do motor via construção de bolsa e avanço em 6 trilhas tecnológicas também é bem legal. Para quem não gosta de aleatoriedade em jogos deste tipo (como eu) deverá se incomodar não apenas com o rolamento dos dados, mas também com o sorteio de algumas cartas. Quem estiver acostumado com os jogos da linha Reino Ocidental e Sul do Tigris e quiser algo um pouco mais pesado deverá gostar deste título.

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Começaram a sair as artes de Pantanal. Curtiu? Entra na página e coloca “Quero”.

https://ludopedia.com.br/jogo/pantanal 


quinta-feira, 2 de março de 2023

Horseless Carriage não ganharia nenhuma corrida da Splotter

 

Horseless Carriage (Jeroen Doumen, Joris Wiersinga, 2023)

Estamos no século XIX durante a segunda revolução industrial. Somos os primeiros a abrir fábricas de automóveis. Precisaremos montar os nossos veículos, manipular a demanda e vender nossos carros. O tema não me agradou muito, mas os jogos da Splotter se destacam pelas mecânicas. Vamos a elas.

 


É um eurão médio-pesado típico da editora, baseado na construção de tabuleiro. Você começa com uma peça quadriculada que é a sua fábrica inicial. No final de cada turno você receberá uma expansão para a sua indústria. Sobre essas grades, você deverá colocar peças que são os departamentos da sua companhia. Existe uma grande variedade de departamentos:

- Linhas de montagens de carros populares, caminhões e carros de luxo;

- Uma infinidade de fabricação de componentes, que ditarão a qualificação dos veículos em cinco características;

- Concessionárias, que os pontos de venda dos veículos;

- Marketing, que amplia a área de atuação das concessionárias;

- Pesquisa, que lhe dará acesso a tecnologias; e

- Planejamento, que lhe permite alterar a ordem do turno de forma bem interessante.

Você não precisará pagar pelos departamentos, havendo espaço e disponibilidade tecnológica eles poderão ser alocados.

A venda de veículos ocorre no tabuleiro principal. Existem nele dois eixos que representam a percepção do público sobre duas características. Quanto mais alto ou para direita a demanda estiver, melhor deverá ser o carro neste quesito. Os jogadores poderão colocar uma janela comercial de cada uma das suas concessionárias. Quanto maior o marketing ligado à concessionária, maior a janela. Se os veículos desta concessionária forem compatíveis com as necessidades do mercado, eles poderão ser vendidos. Quem tiver mais dinheiro no final do jogo ganha.

 


Eu não consegui alcançar uma opinião consolidada sobre este jogo na 1ª partida. Por um lado, existem aspectos dele que agradaram. A construção da fábrica dá um certo medo de superinformação no início da partida, mas depois engata e fica interessante. A iniciativa também é bem legal, um dos departamentos gera um recurso que permite que você influencie na ordem do turno, mas há distintas vantagens de ficar nas diferentes posições. Por outro lado achei a parte da demanda um tanto simplória e burocrática. Também fiquei na dúvida se o jogo de fato oferece muitas formas de se jogar e se, consequentemente, possui uma boa rejogabilidade. Fiquei com a impressão de ser um jogo legal. O fato de ser da Splotter pode ter atrapalhado um pouco pois a comparação com Food Chain, Antiquity e companhia é cruel. Certamente Horseless Carriage não me parece estar neste nível.

 

Concorda? Qual o seu Splotter favorito?

  

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A Grok anunciou o meu jogo Pantanal. Acompanhe o meu Instagram para mais informações.

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